segunda-feira, 22 de junho de 2009

Ajuda-me!

Foi aprisionada neste mundo por sentimentos de medos!
Naquele dia perdi a pessoa mais importante da minha vida,
foi deixada neste mundo a sofrer a sua perda repentina!
Sufoquei cada sentimento mais triste com os meus dedos,
nunca tinha pensado que tinha tão pouco tempo, ao lado dele.
A morte todos os dias vem a minha janela escutar o bater
do meu coração que derrama todos os dias lágrimas de desespero!
Cada batida, cada soluço, cada lágrima derramada convida
o meu impulso de pegar numa faca e dirigi-la ao meu coração.
Mas á algo que me diz que o meu avô não ia gostar, por isso para combater
o meu desejo de por fim a minha vida rezo a mais linda oração
pela alma dele que deve estar a descansar no reino dos céus!
Só tenho um desejo, uma esperança, um sentimento que espero
que seja suficiente para quando morrer vá ter com ele.
Naquele dia prometi a mim mesma que nunca o ia apagar
da minha alma. Nem que para isso tivesse de pagar
com uma dor profunda sempre que uma lembrança para recordar
o quanto ele era importante para mim, mas que mais posso dar?
Não tenho nada, só tenho o lugar dele vazio no meu coração.
Ainda hoje me lembrei dele da sua expressão serena no seu olhar,
foi quase impossível suportar aquela dor, foi a mesma dor
que me levou a desejar uma minha morte no mesmo dia
em que ele morreu. Não sabia que ia dor tanto, não estava preparada!
Foi o maior choque da minha vida, o que me fez ficar parada
a pensar na melhor forma de acabar com aquele buraco. Não podia
ser imatura, tinha de pensar primeiro na pessoa que estava ao meu lado!
Por mais que me doesse não ia fraquejar, tinha de ser forte por ela,
não podia permitir que se sentisse sozinha, não podia deixa-la a vaguear.
Por este mundo a fora sem uma palavra de carinho, sem uma mão
que a pudesse amparar naquele sitio, em que entrei assim que o vi
morto na cama. Não podia permitir que a dor pudesse molhar
a cara daquela mulher já envelhecida pela idade e que agora sofria.
Foi por isso que decidi que ia ser forte, só devia chorar na minha janela,
quando ela já estivesse a dormir a sonhar com o amor que a tinha desolado.
Sofria cada dia, como fosse o primeiro, já não consegui ver a bela da ria
que passava num lugar perto da minha casa, assombrada pela dor!
Só agora passados dois anos, da sua morte olho para ele e penso:
"como podia ter sido se os bombeiros tivessem vido quando os chamamos".
Não sei porque o secorro não veio a tempo, para o salvar daquele
destino frio e sem retorno. Perdemos a pessoa que mais amávamos!
É tudo o que sei, é que agora não o tenho ao meu lado para lhe contar
que estou a fazer um livro que fala do que é para mim. Era para ser aquele
que saberia em primeira mão que estou a realizar o meu maior sonho!
Era para ser a pessoa a quem ia dizer um poema para ele, não agora
é tarde demais, ele já não me pode ouvir o poema que escrevi e contemplar
a sua beleza. As vezes, penso que não vou conseguir ser forte para esta neste lar!
Que mais posso eu fazer? Deus, ajuda-me nesta tarefa, pedi a minha alma que ora
sem a sua oração, que não tem fim que sossegue para por ser feliz de novo!